Ely do Amparo, nascido a 14 de maio de 1921 em Paracambi-RJ, falecido a 9 de março de 1991 no Rio de Janeiro-RJ, foi um dos maiores médios do futebol brasileiro nas décadas de 40 e 50.
Em 1955, após uma brilhante carreira no Sudeste do país e longa passagem pela Seleção Brasileira, Ely desembarcava em Recife, para vestir o manto rubro-negro.
O craque, já com 34 anos, tinha em sua bagagem a experiência de ter ido a duas Copas do Mundo (1950 e 1954) e ter conquistado os títulos do Sul-Americano de 1949 (atual Copa América) e do Pan-Americano de 1952 (uma espécie de Copa América de todas as Américas) pela Seleção.
Chegou ao Sport por meio do técnico pernambucano Gentil Cardoso, que tinha sido contratado por uma fortuna no Sudeste, com o objetivo de conquistar o Campeonato Pernambucano de 1955, título do Cinquentenário do Sport, grande desejo do então presidente Adelmar Costa Carvalho (que atualmente dá nome ao nosso estádio).
Ely do Amparo estreou no Sport em 7 de agosto de 1955, num clássico contra o Santa Cruz, na Ilha do Retiro. Aquela partida, que valia pelo Campeonato Pernambucano daquele ano, terminou em empate: 1x1.
Durante toda campanha do estadual, Ely foi figura fundamental no time do Sport. Levou o time às finais, juntamente com Osvaldo Baliza, goleiro que já tinha passagem pela Seleção, e a famosa linha de ataque Traçaia, Naninho, Gringo, Soca e Geo.
Nas três finais do campeonato, contra o Náutico, foi quando Ely do Amparo viveu seus grandes momentos de glória no Leão.
Na segunda partida da "melhor de três", nos Aflitos, uma disputa com um jogador alvirrubro resultou num profundo corte no supercílio do craque. Contrariando a ordem médica, Ely permaneceu em campo, e esquivou-se das posteriores tentativas dos jogadores do Náutico em acertá-lo no local ferido. O jogo terminou em 0X0.
Por sorteio, os Aflitos foi escolhido como o palco da última partida da "melhor de três". O Sport jogaria pelo empate para ser campeão.
Mesmo sem a cura do ferimento, Ely foi à grande decisão, com a proteção de uma faixa na cabeça. No decorrer da partida, quando o placar estava em 1x1, o médio do Sport foi outra vez acertado no mesmo local do ferimento pelo mesmo jogador alvirrubro que o fizera na partida anterior. Ely saiu de campo com a testa sangrando. O Náutico aproveitou-se da desvantagem numérica do rubro-negro e desempatou: 2x1.
Antes de voltar à partida, Ely falou ao médico: "Vamos ganhar este jogo. Essa será minha melhor vingança pelo que me fizeram". Após seu retorno, o guerreiro rubro-negro, com a camisa encharcada de sangue, não deixou passar mais nada; até quando a bola vinha por cima, ele cortava com a cabeça, ensopando a faixa com sangue. O espírito de Ely contagiou o resto da equipe, que logo empatou a partida novamente, através de Traçaia.
O empate já era suficiente para o título rubro-negro, mas não para Ely. No finalzinho da partida, o craque roubou a bola de um alvirrubro, partiu rapidamente para o campo de ataque e acertou um magnífico passe para Naninho. Bastou ao atacante tocar na saída do goleiro adversário para marcar o gol da vitória: Sport 3 a 2. Foi dessa forma que Ely do Amparo tornou-se campeão do Cinquentenário do Sport.
No ano seguinte, Ely continuou no Sport, mas por pouco tempo. Sequer jogou o Campeonato Pernambucano de 56. Retornaria ao clube apenas em 1969, mas, desta vez, no cargo de treinador.
Apesar da pequena passagem pelo clube, Ely do Amparo é lembrado até hoje por ter encarnado o verdadeiro espírito rubro-negro naquelas decisões de 55, algo então inesperado de um jogador que já era consagrado no futebol nacional.
Ótimo post! Parabéns
ResponderExcluirEu gostaria que falasse um pouco de Traçaia.
ResponderExcluirValter Barros
Valter, já falamos sobre Traçaia.
ResponderExcluirVocê pode conferir em:
http://futurosportrecife.blogspot.com/2011/06/jogadores-historicos-tracaia.html
Abraços.
Ah, ok!
ResponderExcluirValter
1 - Djalma freitas
ResponderExcluir2 - O ataque mágico de traçaia, naninho, gringo, soca e geo.
3 - Marcílio de aguiar
4 - Walter morel
5 - Pacoty
Djalma Freitas, Walter Morel e Pacoty já estão na fila de futuros posts.
ResponderExcluirMarcílio Aguiar eu preciso encontrar mais material sobre ele.
E um post sobre o ataque "traçaia, naninho, gringo, soca e geo" é uma excelente sugestão. vou pensar uma boa maneira de fazer isto.
Obrigado pela participação, grande abraço!
Meus sinceros votos de parabéns por este belo site e aos criadores do mesmo. Só conheci agora este verdadeiro arquivo eletrônico que conta a gloriosa e honrosa história do rubronegro mais querido do Brasil. Orgulho de Pernambuco. A raça de heróis como Ely do Amparo, Traçaia, Raúl, Ademir, País, Betão, Nando, Roberto coração de leão, Jackson, Nildo, Moura, Rodrigo Gral, Durval, Dutra, Romerito e outros tantos que servem de inspiração para o atual time desmotivado. PELO SPORT TUDO. Thiago Silva
ResponderExcluirObrigado pelas congratulações, Thiago.
ResponderExcluirSeja bem-vindo!
é de emocionar ver uma reportagem dessa velho.....
ResponderExcluiro SPORT é e sempre será isso, raça força de vontade, e principalmente, superação.
Jonas Augusto.
Muito boa essa iniciativa, normalmente só encontramos matérias históricas sobre os times do sul, deveriam pegar todas essa pesquisa e fazer um livro sobre a história do Sport!!!
ResponderExcluirPelo Sport Tudo!!!
Belo Poster
ResponderExcluirOrgulho em tê lo como avô!!! Obrigada Futuro Sport Recife pela matéria. É sempre bom recordar o bom jogador que ele foi.
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