Encerraremos a discussão acerca da prioridade das competições opinando sobre nossa competição regional, a Copa do Nordeste ou Campeonato Nordestino.
De cara, deixo claro que sou a favor da existência do torneio.
Em comparação com os estaduais, a competição regional proporciona maiores patrocínios, maiores públicos, melhores cotas de televisionamento e maior visibilidade.
Certamente é mais proveitoso jogar contra o Fortaleza, por exemplo, em um Castelão lotado, que enfrentar um pequeno time de prefeitura de qualquer cidade pernambucana, seja da RMR ou do interior.
Devemos então abolir os campeonatos estaduais, e substituí-los pela Copa do Nordeste? Penso que não. Apesar dos contras, defendo a tradição, sobretudo do quase centenário Campeonato Pernambucano.
Sem a extinção dos estaduais, como arrumar datas para a Copa do Nordeste?
Antes de revelar minha solução, é necessário apresentar algumas importantes informações.
A CBF normalmente disponibiliza, por temporada, 24 datas para as competições estaduais. O Campeonato Pernambucano deste ano conseguiu extrapolar este número, contando, no total, com 26 rodadas. Por outro lado, o Campeonato Mineiro 2011 necessitou apenas de 15 rodadas, com a mesma quantidade de clubes participantes do Pernambucano 2011 (12 equipes).
Sabendo disto, minha solução passa pela redução do número de datas dos nossos estaduais. Por que não utilizar o modelo mineiro? Sei que isto implica numa certa diminuição do poder ($$$) de nossas arcaicas federações estaduais, mas acredito que uma ação conjunta dos principais clubes nordestinos conseguiriam tal feito.
Com estaduais de 15 rodadas, de acordo com o calendário da CBF, sobrariam 9 datas para a nossa competição regional. Como fazer um campeonato com 9 datas? Proponho duas abordagens, que serão vistas a seguir:
Abordagem I - Copa do Nordeste moderna
Descrição: competição com 16 times, sendo eles os clubes nordestinos melhores colocados nas 4 divisões do Campeonato Brasileiro do ano anterior (na prática, todos os clubes nordestinos das Séries A, B e C, mais os melhores colocados da Série D, até completar 16 times).
Formato: Primeira fase com 4 grupos de 4 times, com jogos de ida e volta (6 datas); quartas de final, semifinais e final em jogo único na casa do time de melhor campanha (3 datas).
Vantagens:
- Competição mais democrática;
- Incentivaria os clubes menores a fazerem boas campanhas no campeonato nacional;
- Evitaria a exclusão de clubes menores que estão em divisões superiores no campeonato nacional (Ex. Icasa, Salgueiro e etc.).
Se tivesse havido esta competição já em 2011, pela classificação das séries A, B, C e D do Brasileiro 2010, teriam participado*:
Ceará (Série A - 12°), Vitória (Série A - 17°), Bahia (Série B - 3°), Sport (Série B - 6°), ASA (Série B - 9°), Icasa (Série B - 12°), Náutico (Série B - 13°), América (Série B - 20°), ABC (Série C - 1°), Salgueiro (Série C - 4°), Fortaleza (Série C - 10°), CRB (Série C - 11°), Campinense (Série C - 12°), Alecrim (Série C - 17°), Guarany de Sobral (Série D - 1°) e CSA (Série D - 12°).
*Obs: não há clubes do Maranhão, nem do Piauí, porque estes Estados pertencem a região Norte na geografica do futebol brasileiro.
Abordagem II - Liga PE-RN-CE-BA
Descrição: competição com 8 times, da qual participariam os maiores clubes do Nordeste historicamente: América, Bahia, Ceará, Fortaleza, Náutico, Santa Cruz, Sport e Vitória.
Formato: Primeira fase com 2 grupos de 4 times, com jogos de ida e volta (6 datas); semifinais em jogos de ida e volta (2 datas); final em jogo único na casa do time de melhor campanha (1 jogo).
Vantagens:
- Participariam todos os clubes nordestinos que já ganharam alguma competição oficial do Nordeste ou Norte-Nordeste;
- Participariam todos os clubes nordestinos que já jogaram a Série A no atual sistema de promoção e rebaixamento (a partir de 1988, quando o estadual deixou de ser classificatório para o nacional);
- Todos os jogos seriam disputados em estádios modernos: Nova Fonte Nova, Novo Castelão, Arena das Dunas, Arena Pernambuco e Nova Ilha do Retiro.
Nunca é demais lembrar que a Copa do Brasil deve ser encarada como a competição de maior prioridade para o Sport no primeiro semestre. Obviamente, em caso de desclassificação da competição nacional, a competição regional passa a ser a competição mais importante para o clube no primeiro período do ano.
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